terça-feira, 5 de abril de 2011

Atividade sensacionalista na televisão brasileira

Daniel Pajares
Marcelo Corvino
Michel Penna


A televisão
apareceu no Brasil no final da década de 50. Até então o jornalismo brasileiro era voltado aos rádios e impressos. Como não havia apresentadores para os recém criados telejornais, os próprios locutores das rádios se tornaram “âncoras”. A partir desse período o jornalismo começa a mexer mais com a emoção dos telespectadores e nasce uma forma mais fácil, comparando com outros veículos de comunicação, de vender as notícias.

Se antes o
locutor apenas falava a notícia para o ouvinte compreender, depois do advento do telejornalismo o jogo de vídeo e imagens conseguia prender o telespectador com mais facilidade.

Devido ao oligopólio formado no início dos anos 2000, as emissoras na televisão brasileira estavam em um processo de interatividade para aumentar o Ibope. A internet, os comerciais, as ofertas e os próprios reality shows já demonstravam isso. Os programas jornalísticos com violência, crimes e brigas ao vivo, no palco, entre telespectadores e apresentadores, que fizeram sucesso no final da década de 90, começam a reaparecer neste período.


Eduardo Marcondes, ex-âncora da BandNews, hoje assessor de imprensa

Hoje o jornalismo costuma tratar seu noticiário em forma de entretenimento. A postura sensacionalista nos programas de televisão e o modo como são dadas as notícias factuais, fazem com que o jornalismo se destaque mais na cultura de massa.

Segundo o jornalista Eduardo Marcondes que já foi repórter de uma das filiais da Globo e âncora do BandNews, “as pessoas tem uma curiosidade mórbida. Por exemplo, quando você está dentro de um ônibus e percebe que tem um acidente na marginal, todo mundo sai do seu lugar e vai para a janela ver o que está acontecendo”.


As apurações das notícias acabam sendo feitas de uma forma que atinja esta grande massa. As mídias passam a trabalhar com um conteúdo informativo que visa a audiência e a valorização de seu programa ou noticiário diário. Marcondes ainda afirma que não foi a televisão que inventou o sensacionalismo, ela só reproduz o que o povo mais gosta de ver.


Apesar de todas as emissoras dos canais abertos serem um pouco sensacionalistas, algumas como a Record e a Band podem ser consideradas as que mais trabalham com esse recurso nos telejornais. A Globo embora apresente características apelativas em alguns de seus programas, tende a ter uma abordagem mais serena sobre as notícias.


Marcondes ainda destaca que o telejornal que mais se identifica com o ideal é o Bom Dia Brasil, exibido pela Rede Globo e apresentado por Renato Machado e Renata Vasconcellos. Segundo ele, é um telejornal que utiliza pouco a bancada, é mais dinâmico e tem a participação de comentaristas explicando assuntos diversos de uma forma clara.


Já os canais fechados utilizam uma programação voltada a um públ
ico mais específico. O telejornalismo abordado nesses canais como Bandnews, Globonews e Recordnews não abusam tanto do sensacionalismo. Boa parte da população brasileira aderiu as TVs por assinatura no começo dos anos 2000 para fugir dos programas de baixa qualidade e buscar um conteúdo mais complexo.


Assista a entrevista com Eduardo Marcondes:

http://www.youtube.com/watch?v=Dc4A5SXAkLY



Exemplos do sensacionalismo na televisão

Como foi tratado o “Tsunami” ocorrido no Japão nos últimos dias. Os telespectadores já estão cientes de como, por que e quando ocorreu o terremoto, mas o jornalista ainda enfatiza nas repetições dos vídeos a desgraça que o povo japonês sentiu.

O caso Isabella Nardoni, ocorrido em março de 2008. A menina foi atirada da janela pelo pai e pela madrasta do edifício em que morava. Após o acontecimento a mídia só noticiava esse fato como sendo o que mais de importante acontecia no mundo inteiro.


Isabella Nardoni, um dos casos mais repercutidos nos últimos anos

Fonte: http://direitoetrabalho.com/2008/04/caso-isabella-nardoni/


O ataque as torres gêmeas em 2001. Embora ocorrido nos Estados Unidos, a imprensa brasileira se aproveitou dessa tragédia para obter audiência através da repetição dos vídeos no momento da colisão e da divulgação das imagens dos destroços.

O assassinato da adolescente Eloá Cristina, cometido pelo ex namorado Lindemberg Alves, no município de Santo André, em outubro de 2008. Os repórteres ficavam de campana o dia inteiro ao redor do apartamento enquanto a jovem estava em poder do ex-namorado. Todos os telejornais tinham como principal reportagem este caso.

O caso da estudante universitária Geisy Arruda, a jovem cursava Turismo na UNIBAN. No dia 22 de outubro de 2009 apareceu com vestimentas inadequadas do ponto de vista de outros estudantes. Acabou sendo hostilizada e foi expulsa da Universidade no mês seguinte. O fato gerou polêmica nacional e os telejornais pareciam dar prioridade somente a esse ocorrido. Graças a isso hoje ela é famosa.


Planejamento de reportagem on line

  1. Texto acoplado com a entrevista do jornalista Eduardo Marcondes.
  2. Vídeo da entrevista do Jornalista Eduardo Marcondes.
  3. Texto principal (lidão).

3.1 Foto Eduardo Marcondes.

  1. Texto Sub: Exemplos do sensacionalismo na televisão.

4.1 Foto Isabella Nardoni.

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